do blog do Zé Beto
Josias de Souza, do UOL, atenta que cinco institutos de pequisa disputam contratos de prestação de serviços ao governo Dilma: Ibope, Ipsus, Análise, Sensus e CP 2. As propostas já foram protocoladas na Secretaria de Comunicação. Quem ganhar passará realizar sondagens de opinião pública por encomenda do governo.Estão em jogo três editais. Num, prevê-se a realização de pesquisas qualitativas; noutro, sondagens quantitativas; no terceiro, aferições telefônicas. Estima-se que, juntos, os três contratos custarão ao contribuinte algo como R$ 6,6 milhões por ano.
A partir de abril, Dilma passará a dispor de estatísticas que lhe permitirão monitorar os humores dos brasileiros submetidos a políticas públicas (o SUS, por exemplo) e programas específicos (Bolsa Família e um interminável etcétera). A presidente receberá também avaliação mensal do seu governo – ótimo?, bom?, ruim? péssimo?.Num instante em que Lula antecipa para 2013 o calendário de 2014, a associação da iniciativa com a disputa eleitoral será automática. Em defesa da contratação dos serviços, o Planalto cercou-se de cuidados. Por exemplo: não haverá nomes de pessoas nas sondagens.
Assim, não se verá nas pesquisas do Planalto questões destinadas a medir a avaliação pessoal de Dilma. Por duas razões: 1) vigora na administração pública o princípio constitucional da impessoalidade. 2) esse tipo de dado já consta de pesquisas divulgadas amiúde pela imprensa e por confederações empresariais.
A presidente equipara seu governo às grandes empresas privadas que dispõem de mecanismos para medir regularmente a taxa de satisfação da clientela. No seu caso, a iniciativa pode não ser inofensiva. Bem avaliado nos primeiros dois anos, o governo entra no seu biênio final com PIB miúdo e inflação em alta.
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