Os três senadores do Paraná dizem que vão votar pela cassação de Demóstenes Torres (sem partido-GO). O processo contra o senador, acusado de quebra de decoro por envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, foi encaminhado ontem à Comissão de Constituição e Justiça e deve ser apreciado pelo plenário do Senado em 11 de julho.
Na segunda-feira à noite, o Conselho de Ética aprovou por unanimidade o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que propõe a perda de mandato e aponta Demóstenes como “despachante de luxo” dos interesses de Cachoeira no Congresso.O paranaense Sérgio Souza (PMDB) esteve entre os 15 membros do conselho que participaram do julgamento. “O Demóstenes decepcionou não só o Parlamento, mas toda a sociedade brasileira”, afirma Souza. Ele promete manter o posicionamento em plenário.
O senador prevê que não há clima para Demóstenes ser absolvido, apesar de a votação ser secreta. “Ele está tentando se defender pelo lado emocional, dizendo que é uma vítima. Alguns podem se comover, mas eles vão estar bem longe da maioria.”
Souza revela que recebeu Demóstenes em seu gabinete antes da decisão do conselho. Segundo ele, o senador goiano enfatizou as dificuldades familiares, que estava com depressão e que não tinha mais perspectiva política e profissional em caso de cassação. “Acredito que ele vai tentar falar pessoalmente com todos os senadores antes do julgamento no plenário.”
Serviçal do crime
Parceiro de Demóstenes na oposição aos governos Lula e Dilma Rousseff, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, diz que a proximidade no passado não vai interferir no seu voto.
“Ele, lastimavelmente, se transformou em um serviçal de uma organização criminosa. Nós não temos outra alternativa a não ser votar pela cassação”, disse o tucano, que assim como Souza é membro da CPMI que investiga a ligação de políticos com Cachoeira.
Terceiro paranaense no Senado, Roberto Requião (PMDB) afirma que vai seguir os colegas e votar pela perda de mandato de Demóstenes. “Voto pela cassação. E não vejo qualquer chance de absolvição com todo esse cerco montado pela mídia em torno do caso”, diz Requião.
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