Jornal de Londrina
O ex-secretário de Governo de Londrina Marco Cito, em depoimento ontem na Câmara Municipal da cidade, atribuiu à ex-secretária de Educação Karin Sabec a responsabilidade pela compra sem licitação de livros da coleção Vivenciando a cultura afro-brasileira e indígena, com teor racista.
Segundo ele, Karin também seria responsável pela aquisição, também sem licitação e com suspeita de superfaturamento, de kits escolares (uniforme, mochila e tênis) para alunos da rede municipal. Ele ainda disse que o prefeito Barbosa Neto (PDT) assinou a documentação admitindo a inexigibilidade de licitação para os dois casos.Cito ainda disse desconhecer o fato de que a prefeitura recusou um desconto de 18% (equivalente a R$ 111 mil) que a Editora Ética concedeu ao vender os livros de história negra e indígena.
O depoimento de Marco Cito foi feito à Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta pela Câmara para investigar denúncias de irregularidades na educação de Londrina. O ex-secretário saiu da Penitenciária Estadual e Londrina (PEL), onde está preso desde 24 de abril, apenas para depor na Câmara, na condição de testemunha.
Ele está detido sob a acusação de tentar subornar o vereador Amauri Cardoso (PSDB) para impedir uma investigação contra o prefeito na Câmara – Barbosa Neto é acusado de usar seguranças pagos pela prefeitura em sua rádio particular.
Defesa
O prefeito Barbosa Neto protocolou na noite de sexta-feira a sua defesa prévia na Comissão Processante (CP) que investiga sua responsabilidade no caso dos seguranças. A defesa foi entregue pelo advogado criminalista Rodrigo Sánchez Rios.
De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, o documento tem 32 páginas, incluindo os anexos, que são reportagens de jornais. O material deve ser analisado pela comissão na quinta-feira. O teor da defesa não foi divulgado.
Está imperdível a edição impressa da Folha de Londrina desta terça-feira, 29 de maio: na página 3, um terço do espaço, fala neste depoimento de Marco Cito que está preso há mais de trinta dias acusado de participação no “suposto esquema” da compra de vereadores na Câmara Municipal; e, na página 4 no mesmo tamanho, quase que em cima da outra matéria, reportagem sob o título “Joel Garcia é condenado por concussão pela Justiça”.
Explico: a condenação do vereador Joel Garcia (PP), que se elegeu pelo PDT e passou pelo PTC antes de ser abrigado pelo belinatismo, foi motivada por denúncia feita pelo prefeito Barbosa Neto ao Ministério Público quando o parlamentar articulava para continuar fornecendo maçãs e outras frutas para a merenda escolar, como vinha fazendo nos 8 anos do Governo Nedson Micheletti (PT). Vale lembrar que Londrina esteve nas páginas policiais no chamado “escândalo das maças podres”, pois a SP Alimentação costumava dar maças e outros gêneros em condições sofríveis para as crianças. As merendeiras dividiam as maças e todas as porções em quatro partes e as crianças não podiam repetir o prato e quanto menos as crianças comiam, mais os funcionários recebiam. Para se ter uma idéia, o atual prefeito conseguiu diminuir de R$ 1,40 para R$ 0,80 ou menos o valor da merenda aumentando para 5 refeições diárias nas 23 escolas de período integral de Londrina, liberando a criança pra comer a vontade, repetindo o prato quantas vezes quiserem.
É a segunda condenação desse vereador em menos de três anos, a primeira foi por compra de votos e chegou a ficar preso por dois meses. Joel Garcia só não perdeu o mandato, à época, porque houve omissão do próprio partido pelo qual foi eleito em pedir a vaga para o suplente, no tempo hábil, devido a manobras de alguns desafetos internos do prefeito Barbosa Neto. O curioso nessa história é que as três testemunhas da acusação contra o vereador – Marco Cito, Alysson Tobias de Carvalho e Rogério Lopes Ortega – estão presos acusados de participarem do “suposto esquema” da compra de votos na Câmara a favor do prefeito. É mole???