AGÊNCIA O GLOBO
Há muito tempo uma sessão solene na Câmara não atraía tanta atenção de parlamentares e convidados como a realizada ontem (10), em homenagem aos 100 anos do Santos Futebol Clube.
Fãs do Santos, munidos de camisetas do time e papel, se acotovelaram em busca de um autógrafo dos cinco jogadores atuais do time que prestigiaram o evento, principalmente do craque Neymar. Os outros santistas presentes foram o meia Ganso, o zagueiro Edu Dracena, o volante Arouca e o goleiro Rafael.O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), antes da sessão chegou a bater bola com Neymar, mandando a bola de cabeça ao craque que, antes de chegar, riu ao ser perguntado pelos jornalistas se pretendia seguir os passos de Romário e se tornar deputado federal um dia.
Primeiro respondeu que não, depois, pensou melhor e completou. “Daqui a 20 anos muita coisa pode acontecer.” Neymar aguardou o início da solenidade no cafezinho da Câmara.
Depois, foi até à Mesa dos trabalhos e, mesmo durante os discursos dos deputados enaltecendo o Santos, preocupou-se em atender a pedidos dos fãs – muitos meninos com cabelos igual ao dele – que jogavam camisetas para que ele autografasse ou com pose para fotos. Os seguranças da Casa tiveram que agir para impedir tumulto maior na mesa da presidência da Casa, que mesmo assim ficou lotada de deputados e funcionários.
Muitos deputados, que tinham a sorte de estar perto do craque, porque não foram barrados pelos seguranças da Casa, ajudavam entregando as camisetas ao jogadores para que eles autografassem.
Uma funcionária da Câmara pegou autógrafos dos cinco jogadores em uma bola, que ficará em exposição na Casa. Representando os jogadores mais antigos estava Pepe, ídolo do clube na década de 60.
Um dos fãs que fez questão de comparecer foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que é santista. “Vim desejar sorte ao time”, disse Gilmar.
O presidente do clube, Luís Álvaro Ribeiro, também prestigiou a solenidade. Disse que se sente em casa porque já morou em Brasília e ficou comovido com a recepção ao time na Câmara. “É comovente. O Santos demonstrou sua brasilidade ao conseguir segurar o Neymar aqui.”
Indivíduos velhos,rídiculos e patéticos, tudo por uma assinatura em camiseta de um jogador ora em evidência; a pergunta é: Quantos jovens jogadores ou não, menos famosos em busca de ideal, estudo, 1º emprego, trabalho honesto não recebem o mesmo frisson dos deputados para que haja infraestrutura nas escolas, esforço para que possam adentrar ao primeiro trabalho, qualificação profissional, melhor transporte público e assim por diante. Indignai-vos!
Revolução Civil, Já!