Do Portal Terra:
A viagem de uma delegação do governo americano ao Brasil nesta semana, para lançar uma parceria na área de energia, deu nova munição à oposição republicana nas críticas ao presidente Barack Obama. Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, o comitê republicano do Congresso critica Obama por “dizer sim a empregos em energia no Brasil, e não a empregos em energia nos Estados Unidos”.
“Enquanto o presidente Obama cria empregos em energia no Brasil, os democratas repetidamente obstruem novas iniciativas de produção de energia nos Estados Unidos que criariam empregos para os americanos e reduziriam os preços dos combustíveis”, diz o texto.
No comunicado, os republicanos reclamam também das proibições que restringem novos projetos de exploração de petróleo e gás em determinadas áreas nos Estados Unidos, mas o foco principal das críticas é a parceria com o Brasil, em um momento em que os americanos enfrentam alta taxa de desemprego e preços crescentes dos combustíveis.
Visita
A manifestação desta quarta-feira é apenas a mais recente de uma série de críticas da oposição provocada pela iniciativa desde seu anúncio, em março deste ano, durante a visita de Obama ao Brasil. A viagem da delegação americana, liderada pelo subsecretário de Energia, Daniel Poneman, oficializa o diálogo estratégico bilateral no setor anunciado durante a visita de Obama para aumentar a cooperação bilateral.
Em sua passagem por Brasília, o presidente americano já havia reforçado a intenção dos Estados Unidos em investir no setor de energia, interesse que ganhou mais força após as descobertas de petróleo na camada do pré-sal. “Nós queremos trabalhar com vocês. E quando vocês estiverem prontos para vender, nós queremos ser um dos seus principais consumidores”, disse Obama na ocasião, provocando indignação em setores da oposição nos Estados Unidos.
Campanha
O governo americano vê o Brasil como um potencial grande fornecedor de energia, especialmente em um momento em que importantes produtores do Oriente Médio e do norte da África enfrentam uma onda de instabilidade. A oposição republicana, no entanto, afirma que o governo deveria se preocupar em investir em projetos dentro do próprio país.
As novas críticas ocorrem em meio ao agravamento da situação econômica nos Estados Unidos e no momento em que a campanha para a eleição presidencial de 2012 começa a ganhar ritmo. Desde o início do mês, quando a agência de classificação de risco Standard & Poor’s decidiu rebaixar a nota dos Estados Unidos – após semanas de impasse no Congresso para elevar o teto da dívida e reduzir o deficit no orçamento -, os republicanos vêm elevando o tom das críticas a Obama, a quem culpam pela instabilidade econômica no país.
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