Portaria do Ministério da Justiça que saiu nesta semana dá acesso aos arquivos militares para 12 perseguidos políticos da época
O jornalista iguaçuence Aluízio Palmar – escritor do livro Onde Foi que Vocês Enterraram Nossos Mortos – é um dos 12 privilegiados a ter acesso aos documentos que atualmente estão sob a guarda do Arquivo Nacional.
Há anos Aluízio vasculha pistas e documentos referentes aos Anos de Chumbo do Brasil, foi militante político e perseguido na época. Mais tarde escreveu o livro documentário “Onde Foi que Vocês Enterraram Nossos Mortos”, onde narra a busca que fez para encontrar os corpos de 12 militantes de esquerda mortos no Parque Nacional do Iguaçu.
Os outros 11 brasileiros a terem acesso aos arquivos militares são também ex-militantes ou familiares de perseguidos políticos. Através das pesquisas o grupo poderá identificar pessoas que durante o período militar eram mandantes ou autores de tortura e ainda ocupam cargos públicos.
O Arquivo Nacional abriga hoje os registros do Sistema Nacional de Informação e Contra informação (Sisni) que coordenava a repressão durante a ditadura. As pesquisas do grupo darão subsídios para a Comissão da Verdade que deve ser instalada em breve.
Desaparecidos políticos – além do trauma, dor, e destruição de muitas famílias, a Ditadura Militar deixou de herança 379 desaparecidos políticos. Várias destas famílias continuam uma busca incansável atrás de seus entes. A abertura dos arquivos militares pode ser a grande alavanca para a solução do enigma.
Pesquisa – para ter acesso aos documentos, os doze escolhidos terão de assinar Termos de Responsabilidade pelo Uso e Divulgação de Informações Sobre Pessoas, preencher o Cadastro Anual de Pesquisador e habilitar-se como usuário de pesquisa continuada do Ministério.
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