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CONVENÇÃO DO PMDB-BA VIRA PALCO DE ATAQUES AO PT

Do blog de Josias de Souza, na Folha de S. Paulo:

O PMDB da Bahia realizou neste domingo (20) sua convenção. Convocado para eleger a direção do partido no Estado, o evento virou um palco anti-PT. Ministro de Lula, Geddel Vieira Lima foi festejado como candidato do PMDB ao governo baiano. Ao discursar, Geddel reafirmou seus planos de comparecer às urnas de 2010 como candidato ao governo local.

E voltou a vergastar a gestão petista de Jaques Wagner. Ex-parceiro de Wagner, de cujo governo o PMDB participava, Geddel é hoje feroz adversário do governador. Geddel insinuou que Wagner, um dos mais íntimos amigos de Lula no petismo, dispensa à segurança pública uma prioridade de gogó: “Prioridade não se estabelece com discurso, mas com orçamento…”

…Como se explica o governo gastar nos primeiros dez meses do ano mais de R$ 60 milhões em propaganda e apenas R$ 15 milhões em segurança?” Disse que, sob Wagner, diferentemente do que ocorre em Estados como Pernambuco e Ceará, a Bahia “assiste empresas irem embora”.

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Convenção do PMDB-BA vira palco de ataques ao PT

Convenção do PMDB-BA vira palco de ataques ao PT

Do blog de Josias de Souza, na Folha de S. Paulo:

O PMDB da Bahia realizou neste domingo (20) sua convenção. Convocado para eleger a direção do partido no Estado, o evento virou um palco anti-PT. Ministro de Lula, Geddel Vieira Lima foi festejado como candidato do PMDB ao governo baiano. Ao discursar, Geddel reafirmou seus planos de comparecer às urnas de 2010 como candidato ao governo local.

E voltou a vergastar a gestão petista de Jaques Wagner. Ex-parceiro de Wagner, de cujo governo o PMDB participava, Geddel é hoje feroz adversário do governador. Geddel insinuou que Wagner, um dos mais íntimos amigos de Lula no petismo, dispensa à segurança pública uma prioridade de gogó: “Prioridade não se estabelece com discurso, mas com orçamento…”

…Como se explica o governo gastar nos primeiros dez meses do ano mais de R$ 60 milhões em propaganda e apenas R$ 15 milhões em segurança?” Disse que, sob Wagner, diferentemente do que ocorre em Estados como Pernambuco e Ceará, a Bahia “assiste empresas irem embora”.

Citou uma planta industrial da empresa Braskem, “perdida para o Rio Grande do Sul”. Estendeu as críticas a outras áreas do governo petista: “Aqui se fecham museus, abandona-se o Pelourinho”. Disse que, na saúde, a Bahia “recordes em dengue e meningite”.

A platéia, estimada pelo PMDB em 4 mil pessoas, incluiu um visitante ilustre: Michel Temer, presidente da Câmara e presidente licenciado do partido. Apontado como preferido do PMDB para compor a chama de Dilma Rousseff como candidato a vice, Temer testemunhou os ataques de Geddel ao PT da Bahia.

E endossou os planos do correligionário e amigo: “A multidão que está aqui hoje clama por mais espaço… “…Não um espaço físico, e sim um espaço para ver Geddel Vieira Lima prosperar, um espaço na Bahia, com Geddel como governador”. Reeleito em 2008 depois de ter sido abandonado pelo PT, o prefeito de Salvador, João Henrique, antecipara Geddel nos ataques ao PT:

“Foi um parceiro que ficou por três anos e meio no Governo e faltando apenas seis meses para as eleições nos deu um pontapé, depois de nos ter sabotado por dentro”. Além dos disparos verbais, Geddel age para esvaziar a atual base de apoio do petista Wagner. Convidado de honra da convenção, o senador Cesar Borges, presidente do PR-BA, anunciou que, em 2010, não deve se compor com o PT.

Disse que seu “caminho natural” é uma aliança com o PMDB de Geddel ou com o DEM, que, na Bahia, tentará devolver o ex-governador Paulo Souto ao poder. Quanto à escolha do presidente do PMDB baiano, não houve disputa. Havia um único candidato. Chama-se Lúcio Vieira Lima.

Vem a ser irmão de Geddel. Já preside o diretório baiano da legenda. Foi reeleito sem contestações. Uma evidência de que, no PMDB da Bahia, Geddel é soberano. As críticas ao petismo foram reproduzidas no sítio do PMDB na web. No mesmo espaço, há um vídeo em que Lula afaga Geddel. Na peça, levada à televisão na propaganda estadual do PMDB, o presidente dirige ao ministro um elogio ao estilo nunca antes na história desse país (assista abaixo).

É em meio a essa atmosfera envenenada que o PMDB condiciona o apoio a Dilma Rousseff à exigência de que, na Bahia, seja implementada a política do palanque duplo. Se pisarem no palanque de Jaques Wagner, Lula e Dilma terão de levar os pés também ao tablado de Geddel. Do contrário…