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MAIS TRÊS DIRETORES EXONERADOS NO SENADO

Heráclito Fortes confirma exoneração de três diretores do Senado

Funcionários teriam ligação com o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia. Senador afirmou que demissões são ‘mudanças de rotina’.

Robson Bonin
Do G1, em Brasília

O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), confirmou nesta segunda-feira (29) a exoneração de três diretores que teriam ligação com o ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Segundo Fortes as demissões "são mudanças de rotina", e não desqualificariam os servidores. Agaciel foi afastado da direção-geral do Senado após denúncias de que teria uma mansão de R$ 5 milhões não declarada à Receita Federal.

O diretor da Secretaria de Patrimônio, Aloysio Novais Teixeira, o diretor da Secretaria de Coordenação e Execução, Sebastião Fernandes Neto, e o diretor da Secretaria de Controle Interno, Shalon Granato, foram afastados por supostamente figurarem no grupo que dava sustentação à gestão de Agaciel. A exoneração dos servidores foi divulgada em reportagem do jornal "O Globo" desta segunda.

Fortes defendeu os servidores, alegando que um deles teria pedido voluntariamente para sair. "Não se trata de desqualificar os servidores. Um deles inclusive pediu para deixar o cargo alegando desgaste. São mudanças de rotina que tinham de acontecer nessa nova reformulação da Casa", disse.

O primeiro secretário pediu calma para que todos os responsáveis pelos atos secretos do Senado sejam identificados. Os atos são considerados secretos porque as determinações não foram publicadas nos boletins do Senado na ocasião em que começaram a vigorar, mas sim tempos depois. Uma comissão liderada por Fortes anunciou na semana passada ter encontrado 663 atos secretos no período de 1996 a 2008.

"Estão dizendo que os atos não publicados têm de ser anulados. É preciso ter calma, porque muitos desses atos geraram despesas e malefícios ao bem público. Alguém precisa ser responsabilizado", afirmou Fortes, sem citar nomes.

Com a saída dos diretores, cresce o número de funcionários demitidos por conta da crise que envolve o Senado. Além de Agaciel, já haviam perdido o cargo o substituto dele na Diretoria Geral, Alexandre Gazineo, e o substituto de João Carlos Zoghbi na Secretaria de Recursos Humanos, Ralph Siqueira.

Conselho de Ética

Mergulhado em denúncias envolvendo atos secretos, nomeações de apadrinhados de senadores e irregularidades em contratos, o Senado deve enfrentar uma semana de sucessivas polêmicas. Já na tarde desta segunda-feira o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), deve apresentar uma representação no Conselho de Ética da Casa, pedindo que o presidente, José Sarney (PMDB-AP), seja investigado por suposta quebra de decoro.

O senador quer apurar a responsabilidade de Sarney nos casos que envolvem a edição de atos secretos e a participação do neto dele, José Adriano Cordeiro Sarney, na intermediação de empréstimos com desconto na folha de pagamento dos servidores do Senado. A exemplo de Virgílio, também o PSOL promete apresentar representação semelhante na quarta ou quinta-feira.