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A FALTA QUE FAZ UM PONTO

As coisas estavam muito bem para o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). No primeiro debate da Band, saiu-se ileso, respondeu as perguntas pausadamente, com calma, parecia estar ouvindo uma voz superior. E estava. Beto Richa foi flagrado com um ponto eletrônico no ouvido. Era orientado pelos marqueteiros sobre como responder, para quem formular as perguntas, como usar direito o laranja Lauro Rodrigues (PTdoB) e como sair-se das perguntas de outros cinco candidatos. Depois do flagra, Beto Richa se recusou a participar no debate da TV Educativa. A regra era clara: o debate proibia o uso do ponto.

No segundo debate da Band, na noite desta quinta-feira (28), lá estava Beto Richa, agora visilmente mais nervoso, tenso, com uma sudorese que exigia alguns lenços. Na primeira pergunta de Ricardo Gomyde (PCdoB) sobre a falta de 45 mil vagas nas creches, Beto Richa titubeou. Na segunda pergunta de Maurício Furtado (PV) sobre os doadores da sua campanha, Beto Richa estarreceu. Ao ser confrontado pelos gastos milionários em propaganda por Glesi Hoffmann (PT) e pelas caixas pretas da prefeitura por Moreira, Beto perdeu a compostura, a fleuma, pediu direito de resposta, não foi atendido e baxou o nível. Fez ilações, um xororô sem fim, buscou refúgio na imagem do pai morto e na honra da família.

O desespero de Beto Richa era flagrante e explicável. A imprensa que cobria o debate estava de olho nas orelhas do tucano e pelo que se constatou no despreparo, desta vez, Beto Richa não usou ponto eletrônico. Saiu sozinho do debate prometendo que não vai mais participar de outro confronto como este. Está explicado então como faz falta um ponto eletrônico para determinados candidatos, fantoches de grupos, de empreiteiras, da especulação imobiliária, das empresas do transporte coletivo e das caixas pretas que deixaram Beto Richa em pânico.