Colaborador do blog de Foz do Iguaçu, que pede para ser identificado apenas como "Cidadão de Plantão", conheceu a história do jovem M.S.G. e ficou emocionado. Conversou com o garoto, fez anotações num pedaço de papel retirado do lixo e mandou o relato que segue na íntegra:
Pais desempregados e doentes, quatro irmão pequenos, mas muita disposição para sustentar a família. O jovem M.S.G. (foto), um menino franzino entrando na adolescência luta pela sobrevivência catando latinhas, lavando carros e cortando grama. É facilmente visto nas portas dos bares e restaurantes retirando dos que ali freqüentam sua sobrevivência e de seus entes queridos. Uma vida marcada por tragédias e muita sofrimento, os dois irmãos mais velhos um assassinado e o outro refém das drogas, a mãe muito doente e o pai paraplégico. Sofrimento que mesmo assim não abala a esperança e o sonho de um futuro melhor para si e seus irmãos.
“A dor da fome” – Com naturalidade o jovem confirma que fica até dois dias sem comer, para levar sustento a família. A dor da fome é a maior dificuldade a ser superda, relata o jovem, tímido de corpo frágil, apesar de pouca idade se comporta como um verdadeiro varão, lutando pelos seus objetivos e com coragem jamais vista em alguém de tão pouca vivência. Além de às vezes ser maltratado e confundido com ladrão ou drogado M. S.G, não se revolta com a situação, pelo contrário, enfrenta o momento com serenidade e cautela afirmando que é uma fase da vida na qual todos uns dias poderão passar.
O pior de tudo é quando chega em casa, após tentar ganhar algum dinheiro e vê que a situação piora, e desabafa: ”Não tem problema se eu ficar um ou dois dias sem comer, o que eu não quero é ver meus pais e irmãos menores sofrendo, a dor da fome é a dor mais forte que uma pessoa pode sentir, dói na alma”. Sem saber o que o futuro lhe reserva o jovem não desanima e espera a cada dia amenizar a dor da família tentando alimenta-los de forma digna.