Um jornalista brasileiro de um grande órgão da imprensa afirmou numa conferência que, quando um deles se senta para escrever um texto, pensa em três coisas (não me lembro se a ordem era esta ou se tinha sentido hierárquico ou não): nas fontes; no dono do jornal; nos colegas desempregados do lado de fora da redação.
Pode ser útil esse enfoque para entender essa espécie de unanimidade que se instaurou na grande mídia. Se toda unanimidade é burra – como chamar a esta?
Com a exceção do Zé Simão, pode-se dizer que nenhum outro colunista regular dos órgãos de maior tiragem e maior audiência desses órgãos deixa de se identificar com a posição dos proprietários das publicações onde trabalham. Nem sequer aparência de neutralidade. Todos parecem soldados, cabos ou tenentes de um mesmo batalhão, cada um atacando com a arma que lhe corresponde. Mas o alvo é sempre o mesmo.
Como se sentirão os jornalistas que agem dessa maneira? Que consciência têm do papel que estão desempenhando? Será que se dão conta de como estão jogando pela janela a credibilidade que tiveram – ou que acreditam ainda ter?
Se sentem cômodos em coincidir rigorosamente com a posição dos proprietários da empresa em que trabalham? Não olham para os outros espaços – do jornal, revista ou TV -, para se darem conta como estão todos escrevendo cada vez mais igual?
Se pensam nas fontes, no dono do jornal e nos desempregados (não para protegê-los, mas com medo de se tornar um deles), que compromisso com a verdade, com a democracia, com o país e com o povo se pode esperar deles? Talvez esse enfoque ajude a entender a pior crise de credibilidade da grande mídia brasileira – depois daquela do golpe e da ditadura militar, com que todos eles estiveram comprometidos.
Não serão os jornalistas da grande mídia quem enfrentará este enorme problema, sem cuja resolução nunca haverá democracia política no Brasil. Cabe à esquerda e aos democratas em geral enfrentá-lo. Blog do Emir
No Paraná, alguns jornalistas são tão inteligentes que torcem pelo Osmar Dias. Querem que a partir de 2007 os patrões voltem a encher o rabo de dinheiro. Já a categoria terá de chorar para conseguir a reposição da inflação no período. Isso sem falar na censura, ou se esqueceram dos 8 anos Lerner. acho que é disso que eles gostam