Só os muito ingênuos chegaram a acreditar que o prefeito Beto Richa poderia apoiar Roberto Requião no segundo turno.
Richa é tucano. Torce por Geraldo Alckmin na presidência da República. Osmar Dias, um tucano exilado no PDT, seria a escolha natural. Não deu outra. O prefeito desembarcou na campanha onde se sente ideologicamente à vontade, ao lado de tucanos, pedetistas, pefelistas e assemelhados.
A neutralidade no primeiro turno, é bom lembrar, se deu em função do imbróglio da convenção, que escolheu uma fórmula que acabou derrubada no tapetão da direção nacional. Richa, muito ligado a Hermas Brandão, sentiu-se constrangido em embarcar na canoa dos ressentidos.
Agora, o quadro é outro. Queiram ou não, Richa é o tucano mais importante no estado. Prefeito da capital, candidato natural a governador em 2010, mostrou que tem fôlego na coordenação da campanha estadual de Geraldo Alckmin.
Não fosse Beto Richa, que seria de Alvaro Dias? Vale a pergunta no momento em que os analistas se debruçam sobre os resultados da pesquisa e percebem que a participação do prefeito foi vital para assegurar a reeleição do senador.
Mas a política é um campo minado. Passado o primeiro turno tem tucano assanhado querendo assumir a paternidade da vitória de Alckmin, de Alvaro e do próprio Osmar Dias. É a rapaziada que tenta diminuir a imagem de Richa, como se isso fosse possível. Basta ler as pesquisas para perceber a influência do prefeito de Curitiba em todo o Paraná e o papel que poderá desempenhar.
Tanto é assim que todos os demais apoios que Osmar recebeu e poderá receber se tornaram insignificantes diante da adesão de Beto Richa. Talvez por isso, alguns preferiram até manifestar-se em horas tardias, já no breu da noite, sem brilho e sem importância. Fábio Campana, no Estadinho
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