As organizações e entidades de agricultores familiares e camponeses realizam 8ª Jornada de Agroecologia nos dias 27 (quarta-feira) a 30 (sábado) de maio em Francisco Beltrão no Sudoeste – região referência na produção da agricultura familiar e luta dos trabalhadores (como a Revolta dos Colonos em 1957). O lema será: Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos – Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura. O encontro aconte no Parque de Exposições.
As jornadas de agroecologia tiveram início em 2002, e hoje cumprem um papel fundamental na ampliação de expressão da agricultura familiar e camponesa junto à sociedade e às instituições governamentais, técnicas, científicas: de ensino e pesquisa.
Segundo o integrante da Via Campesina, José Maria Tardin, o evento é uma articulação de várias entidades ligadas aos trabalhadores do campo. “Estamos construindo uma ação permanente e aglutinadora de articulação em torno da proposta de agricultura familiar e camponesa voltada para a produção agroecológica, buscando a preservação do meio ambiente e recursos naturais, e o fim da dependência dos agricultores com as grandes transnacionais da agricultura”, explica.
A jornada tem como objetivo principal fomentar a articulação de organizações do campo e cidade em todo país, na defesa de um projeto popular para a agricultura familiar e camponesa, baseado na agroecologia.
“Também defendemos a luta constante contra o latifúndio, a violência e a impunidade no campo e o trabalho escravo; combatemos o agronegócio, as transnacionais, o uso de agrotóxicos, transgênicos, e a nanotecnologia, que vêm perpetuando suas tecnologias da morte na sociedade”, afirma Tardin.
Este ano, a expectativa é reunir cerca de quatro mil participantes, entre pequenos agricultores, camponeses, trabalhadores rurais, técnicos, pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas, estudantes de várias áreas. Também haverá participação de delegações do Paraguai, presença de africanos e cubanos.
O encontro ocorre em Francisco Beltrão, pois o Sudoeste do estado conta com várias organizações, entidades e movimentos sociais, que ao longo dos anos se tornaram referência nacional, na luta da agricultura familiar e dos trabalhadores rurais. Como a revolta dos Colonos, que aconteceu em 1957, quando os pequenos agricultores pegaram em armas para lutar pelo direito à terra.
A 8ª Jornada de Agroecologia é promovida pela Via Campesina, Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da região Sul) Fórum Regional de Entidades da Agricultura Familiar e Escola Latino-Americana de Agroecologia.
Programação – Durante 8ª jornada estão previstas conferências, palestras e debates, oficinas e seminários, com exposição e apresentação de experiências, realização de feira e festa de sementes e alimentos agroecológicos, para troca e comercialização, além de espaços de promoção da cultura camponesa.
A abertura será as 9h30, do dia 27, e a partir das 14h, os participantes realizam uma marcha até a praça de Francisco Beltrão (localizada em frente ao banco Itaú), em Defesa da Reforma Agrária, Soberania Alimentar, da Agroecologia, das Sementes Crioulas e da Biodiversidade. No dia 28, durante à tarde estão previstas cerca de 80 oficinas com troca de experiências de práticas agroecológicas que vêm sendo desenvolvidas pelos agricultores, pesquisadores e entidades que participam da atividade.
No dia 29, a partir das 15h, acontece o Ato de Formatura da Turma “Mata Atlântica”, graduada em Agroecologia, da Escola Latino-Americana de Agroecologia da Lapa-PR. E um Ato Político com a presença de autoridades nacionais e estaduais, para debate e apresentação de propostas em políticas públicas, a serem adotadas pelos governos para a promoção e fomento da agroecologia, no país. Neste dia, das 10h às 12h, também ocorre a festa das sementes.
Os participantes ainda terão a oportunidade de visitar o Túnel do Tempo, que conta a história da humanidade e da agricultura no mundo. A iniciativa é um projeto construído por estudantes do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, de São João do Triunfo/PR, orientado pela equipe pedagógica do Colégio. Formado por 18 fases, o projeto funciona como um labirinto, dentro do qual os visitantes caminham e encontram, a cada fase, um cenário característico do período histórico que é explicado pelos estudantes.
Histórico – Além do evento anual, a Jornada de Agroecologia tem se firmado, por meio de um processo de atividades que ocorrem durante todo ano em diversos locais. Os encontros são referência na busca de conhecimentos e debates em torno da construção de uma nova matriz tecnológica para a agricultura familiar e camponesa. Os três primeiros eventos (2002, 2003 e 2004) aconteceram no município de Ponta Grossa/PR, e os outros quatro (2005, 2006, 2007 e 2008) em Cascavel.
Os resultados práticos se multiplicam, na implantação de campos de sementes crioulas em pequenas propriedades e assentamentos, produção agroecológica, feiras da agricultura camponesa, centros de estudo em agroecologia e outras iniciativas.
Para a formação de técnicos em agroecologia as organizações dos agricultores familiares e camponeses criaram três escolas de ensino médio e uma superior no estado. Destacando-se a Escola Latino-Americana de Agroecologia, no município da Lapa/PR.
Mais informações: – Amaro (Assessoar) – (46) 88016624 – Solange (MST) – (41) 9900 4971 – Amaro Korb Rabelo Assesoar – (46) 3524 2488 – www.assesoar.org.br.
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