Comemoramos na ultima sexta-feira , 15 de setembro, o Dia Internacional da Democracia. Mais do que celebrar, vale neste importante dia uma profunda reflexão sobre este modelo, considerado por mim, o mais avançado modo de governo já criado pela humanidade.
Da mesma forma que a humanidade e as sociedades evoluem, a democracia também precisa de aprimoramento e de novos mecanismos que aproximem, inteligentemente, o contato do povo e dos governantes no processo decisório.
Neste processo, temos algumas experiências bem sucedidas como as democracias participativas, as sociedades colaborativas e as redes de formação cívica, mas ainda há muito a avançar em termos de cooperação eficiente, engajamento e prática política/cidadã.
Atualmente, o Brasil e o mundo passam, entretanto, por uma crise de representatividade e de identidade, bem como os modelos ‘classificados’ por democracias. Há uma descrença generalizada sobre a responsabilidade e a seriedade de governos e autoridades, especialmente aos governos de esquerda e ‘autoritários’, em desmanche por toda a América Latina. O povo, incrédulo e inconformado, parece sem rumo ou com poucas referências de políticas públicas e de políticos.
Desconhece (ele, o povo), a priori, a essência da democracia e o poder que dele, naturalmente, emana, no ambiente político, na esfera pública ou em qualquer instância da sociedade civil organizada. Por conta disso, desta abrupta transformação da própria democracia e dos seus mecanismos de funcionamento, vislumbro apenas uma solução para recuperar a credibilidade deste sistema e a evolução de programas de engajamento social.
Simples, porém paradoxal, a única e óbvia alternativa é a participação e o envolvimento da população nas questões de ordem política e pública. A partir de um maior engajamento em causas de interesse público, e somente assim, reitero, a democracia evoluirá, os mecanismos serão aprimorados e o povo passará a integrar, de modo real, os processos de decisão que melhorem, no dia a dia, a vida das pessoas.
Não quero, em hipótese alguma, eximir a responsabilidade dos representantes públicos, mas, sim, convocar o povo e todos os segmentos da sociedade para participar de uma democracia abrangente e madura, fortalecendo a própria representatividade e capacidade de decisões e da gestão social conjunta. A democracia, assim, viverá!
Phelipe Mansur é coordenador geral da Casa Civil no oeste do Paraná.
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