O interrogatório do advogado Roberto Teixeira, comprade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa terça-feira, 19, encerra a fase de instrução no processo em que o petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, na compra de um terreno para o Instituto Lula e de um apartamento para a família, em São Bernardo do Campo, pela Odebrecht, e abre contagem regressiva para mais uma sentença do juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, em Curitiba. As informações são de Ricardo Brandt, Julia Affonso, Fausto Macedo e Luiz Vassallo no Estadão.
Lula foi interrogado por Moro na quarta-feira, 13, quando cerca de 4 mil pessoas foram à Curitiba, protestar em defesa do petista. Frente a frente com Moro, ele negou crimes e disse ser vítima de uma perseguição do Ministério Público Federal.
Teixeira será ouvido à partir das 10h. Com os interrogatórios dos réus concluídos, Moro abre prazo para as alegações finais na ação penal em que Lula é acusado pelo acerto de R$ 12,5 milhões de propinas com a Odebrecht, em benefício próprio, no esquema de corrupção na Petrobrás.
O Ministério Público Federal terá dez dias para entregar ao juiz seus memoriais, em que imputa os crimes aos réus pede a condenação ou absolvição. Depois é dado prazo às defesas dos acusados de apresentarem alegações finais.
Além do ex-presidente e de Teixeira, também respondem ao processo o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), seu ex-assessor Branislav Kontic, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros três investigados.
Com a confissão dos crimes de Antonio Palocci, que acusou Lula de ser responsável por um “pacto de sangue” com a Odebrecht, que disponibilizou R$ 300 milhões de propinas para abrir espaço no governo, e a delação premiada dos donos da empresa, Emílio e Marcelo Odebrecht, a condenação de Lula nesse processo é dada como certa por investigadores e advogados ligados ao processo.
Participação. Teixeira tinha audiência marcada para o dia 13, quando Lula foi ouvido, mas pediu para remarcar, por motivos de saúde. Nesta terça, ele será interrogado de São Paulo, por videoconferência.
Compadre de Lula desde a década de 1980, Teixeira é acusado de ter participado da lavagem do dinheiro da propina da Odebrecht para Lula. Segundo a força-tarefa sustenta na acusação, ele junto com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, que montaram a operação fraudulenta de compra dos imóveis.
É a primeira vez que Teixeira senta para ser interrogado como réu da Lava Jato. Seu genro, Cristiano Zanin Martins, é quem encabeça a defesa criminal de Lula nos processos. Sua filha Valeska também integra a banca.
Condenado. Lula foi condenado por Moro em junho a 9 anos e seis meses de prisão no processo da propina da OAS no tríplex do Guarujá. O ex-presidente recorre ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região em liberdade.
O petista também será julgado por Moro em uma terceira ação penal, que o acusa de receber propinas da Odebrecht e da OAS nas obras do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). A Lava Jato diz que a propriedade é do ex-presidente, registrada em nome de laranjas. Ele nega. Esse processo está ainda em fase inicial e deve ser julgado no início de 2018.
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