A Polícia Federal deflagrou nesta terça (28) a 39ª fase da operação Lava Jato. As autorizações para cumprir os mandados foram expedidas pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação no Paraná, noticiam as jornalistas Bela Megale, Camila Matoso e Letícia Casado, direto de Brasília, à Folha de São Paulo.
Batizada de Paralelo, a nova fase mira o uso de dinheiro do mercado clandestino de valores. Um ex-gerente da Petrobras, Roberto Gonçalves, foi detido pouco antes das 10h em Boa Vista (RR). Ele era procurado no Rio, onde ocorreram as ações de busca e apreensão.
Segundo a PF, Gonçalves visitava familiares na capital de Roraima e não há indícios de que ele estava tentando escapar de um pedido de prisão.
O executivo trabalhava na diretoria de Serviços da Petrobras e é apontado como beneficiário de propinas em contas no exterior, pagas por empreiteiras que tinham contratos com a estatal. Ele sucedeu Pedro Barusco no cargo, que ocupou de março de 2011 a maio de 2012.
Em entrevista coletiva, os investigadores afirmam que havia um “direito adquirido à propina” na estatal: Gonçalves teria herdado os acordos de pagamento de propina a Barusco.
Segundo a PF, a operação também objetiva apurar a atuação de operadores no mercado financeiro. Uma corretora de valores, sediada no Rio, é suspeita de ter viabilizado o pagamento de propina para funcionários da Petrobras.
O nome Paralelo é uma referência à atuação clandestina da operadora, “à margem dos órgãos de controles oficiais do mercado financeiro”, de acordo com a PF.
OUTRAS FASES
A última fase da Lava Jato, a 38ª, aconteceu em fevereiro. Nomeada de Blackout, investigou o pagamento de US$ 40 milhões em propina a políticos e diretores da Petrobras.
Os alvos foram Jorge Luz e seu filho, Bruno, suspeitos de serem operadores do PMDB na Petrobras. Inicialmente considerados foragidos, eles foram presos pela Interpol em Miami um dia depois da operação.
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