(*) Marcello Richa
Nas últimas semanas Dilma e seu governo transformaram Brasília em um verdadeiro balcão de negócios para tentar evitar a continuidade do impeachment. Os esforços não adiantaram e a aprovação do relatório da comissão especial na Câmara dos Deputados, por 38 votos a 27, foi uma derrota maior do que esperavam e que acabou com o fantasioso discurso de golpe ao deixar clara a existência de crime de responsabilidade.
Se para tentar barrar a comissão do impeachment o governo federal já barganhou o comando de pastas importantes, a tendência é que multipliquem seus esforços na semana que antecede a votação no plenário da Câmara para trazer partidos e deputados para o seu lado. Por esse motivo, até o dia 17 teremos dias decisivos para o andamento do impeachment e a participação da população será fundamental.
O momento que vivemos agora é o resultado da voz das multidões que foram as ruas de todo o país protestar contra um governo federal incompetente que levou o país ao desemprego, ressuscitou a inflação e nos prendeu em uma recessão sem fim. Foram os brasileiros, ao se unirem contra a corrupção institucionalizada implantada pelo governo petista em Brasília, que fizeram o impeachment se tornar uma possibilidade.
Apesar disso, quem tornou o impeachment uma realidade foi a própria presidente e sua equipe ao desrespeitarem a lei orçamentária, fraudarem contas públicas e editarem decretos autorizando o aumento de gastos do governo sem a devida autorização do Congresso Nacional. Todos configurados como crimes de responsabilidade, por mais que Dilma e seus companheiros insistam em dizer que assaltar o orçamento público não é nada.
Infelizmente a atual gestão federal provou não ter capacidade para fazer o Brasil sair da crise que nos levaram com políticas irresponsáveis e inconseqüentes, onde priorizaram a continuidade no poder em detrimento do crescimento do país. É um governo sem capacidade de gestão, sem diálogo e que cometeu flagrantes abusos contra a Constituição e a confiança do brasileiro.
Avalizada na lei, ancorada na Constituição, com o apoio dos brasileiros e seguindo o rito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o impeachment irá alcançar neste domingo um momento crucial e a população precisa estar mobilizada, deixando claro para os parlamentares que o interesse e desenvolvimento do país têm que ser sempre a prioridade. A base está na área jurídica e política, mas a força para dar andamento ao impeachment sempre será da população.
(*) Marcello Richa é presidente do ITV-PR (Instituto Teotônio Vilela)