Águas de março
Engana-se quem pensa que a delação do senador Delcídio do Amaral e a condução coercitiva do ex-presidente Lula foram os únicos fatos relevantes nestes primeiros dias de março. A semana que se inicia promete e quem deve ditar o ritmo é o STF. Primeiro, o tribunal deve divulgar sua decisão final sobre o ritmo do impeachment. O documento deve ser usado pela oposição para por novamente a deposição de Dilma Rousseff em pauta.
O que vem por ai
Também no STF, o ministro Teori Zavascki deve decidir se homologa ou não a delação de Delcídio. Ontem (domingo, 6), segundo os bem informados de Brasília, Teori reuniu o núcleo de poder do STF – o que significa que uma decisão impactante pode sair nos próximos dias. Segundo a revista IstoÉ que está nas bancas, Delcídio citou nominalmente em seu acordo a participação de Lula e Dilma em rolos do Petrolão.
Moro fala
Em nota, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jaro, declarou que ‘repudia, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa’. A manifestação ocorreu um dia depois do depoimento do ex-presidente Lula.
Violência
Na última sexta-feira, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) representou o governador Beto Richa (PSDB) em reunião de governadores com a presidente Dilma Rousseff. O assunto mais comentado foi, claro, a crise política. Na opinião de Cida, muitos dos ataques feitos a Dilma atingem não só a presidente, mas também a mulher brasileira.
Troca
Os deputados estaduais que estão de saída do PMDB (Luiz Claudio Romanelli, Alexandre Curi, Artagão Júnior e Jonas Guimarães) devem anunciar até quinta-feira (10) o novo partido para o qual irão. Segundo Romanelli adiantou à coluna, sua preferência pelo PSB já está 90% “acertada”, mas falta ainda decidir com os outros três colegas, já que há convites do PP e PTB – a ideia é todos irem para a mesma legenda.
Bolsonaro
Quem esteve na última semana em Curitiba foi o polêmico deputado carioca Jair Bolsonaro, um dos ícones do conservadorismo brasileiro. Na sexta, ele participou de uma audiência pública sobre a atuação de guardas municipais, promovida na Assembleia Legislatia. Mas sobre o que mais ele falou, é claro, foram críticas a Lula, Dilma e o PT. Após o evento, foi até a sede da Polícia Federal – sede da Lava Jato – para soltar fogos de artifício pela condução coercitiva de Lula.
Rede na disputa
O vereador curitibano Jorge Bernardi, do Rede, decidiu que não concorrerá à reeleição. Ele deve ser o candidato do partido de Marina Silva para a Prefeitura de Curitiba. Até pouco tempo atrás, o vereador era um dos principais aliados do prefeito Gustavo Fruet no PDT, antigo partido de Bernardi.
Em alta
A agropecuária cresceu 4,4% no Paraná em 2015, mais que o dobro da média nacional, que teve avanço de 1,8% no ano passado. O setor conseguiu driblar a recessão com a combinação de safra recorde, avanço da produção de carnes e câmbio favorável, que ajudou a compensar a queda nos preços internacionais das commodities.