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André Vargas é o “Homem Sem Visão” de fevereiro e dedica o troféu aos companheiros da Papuda

sem visao

da coluna do Augusto Nunes, na Veja

“Dedico o troféu aos companheiros injustamente engaiolados na Papuda”, emocionou-se André Vargas ao ser oficialmente informado da conquista do título de Homem sem Visão de Fevereiro. “Todos merecem, mais que a nossa solidariedade, o nosso amor eterno. Não podemos esquecer que eles podem ser a gente amanhã”. Ao lhe perguntarem se o palavrório abrangia parceiros como Valdemar Costa Neto, Pedro Henri e Roberto Jefferson, o vice-presidente da Câmara ergueu o punho cerrado e berrou: “Estou falando de presos políticos, não de ex-políticos que viraram presos comuns”.

A vitória de André Vargas foi atribuída pelo candidato à ideia de provocar o ministro Joaquim Barbosa com a reprise do gesto que identifica comunistas incuráveis. “O chefe acha que não ver nada de errado em afrontas ao Poder Judiciário é coisa de campeão”, confidenciou um dos 114 assessores de confiança do parlamentar que pretende reeleger-se com o nome de guerra Vergonha do Paraná. “Ele também acredita que subiu na cotação dos leitores-eleitores com aquela história das cutoveladas”.

Contemplado com 2.053 votos (43% do total de 4.781), Vargas estabeleceu uma notável vantagem sobre o segundo colocado Edison Lobão (1.037 votos, ou 22%). O ministro de Minas e Energia, conhecido na Polícia Federal como Magro Velho, não conseguiu disfarçar a inquietação causada pelo resultado. “O chefe está com medo de levar um pito da Dilma por não ter passado da medalha de prata”, revelou um assessor nomeado por influência do mordomo de Roseana Sarney.

A medalha de bronze premiou Elisa Quadros, vulgo Sininho (792, ou 17%). O quarto lugar ficou com João Paulo Cunha (647 votos, ou 14%) e o lanterninha foi Henrique Pizzolato (252 votos, ou 5%). “Meu tio botou na cabeça que só não recebeu mais votos porque os leitores-eleitores não sabiam direito se deviam votar no Henrique ou no Celso”, contou o sobrinho-neto do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, que continua vendo na fuga para a Itália a maior prova da sua inocência.

Foi uma eleição de tirar o fôlego, leitores-eleitores! Mais uma comovente demonstração de civismo e discernimento! A disputa pelo troféu de março já começou! Que vença o pior!