O senador Roberto Requião (PMDB/PR) fez um balanço das viagens que fez durante seu recesso parlamentar. Uma das cidades visitadas foi Foz do Iguaçu e a fronteira paraguaia.
“Tive conhecimento da crise entre agricultores paraguaios descendentes de brasileiros ou brasileiros naturalizados em relação à terra que ocupam há 35, 40 anos”, contou Requião, que esteve com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para tratar do tema.
A manifestação de Requião está em vídeo, lá no alto da nota.
Segundo ele, há algum tempo atrás, um hectare de terra no Paraguai custava US$ 500. Hoje, o mesmo espaço é avaliado em até US$ 15 mil. “Isto provocou uma disputa dura no Paraguai pela propriedade da terra e principalmente dessas áreas de qualidade ocupadas por agricultores paraguaios de ascendência brasileira ou filhos de brasileiros nascidos no Paraguai”, explicou.
“A questão da terra é séria e eu tomei a iniciativa de marcar uma conversa com o presidente do Paraguai, o meu amigo Lugo. Comigo levei o vereador Hermógenes e o presidente do PMDB de Foz do Iguaçu, Sérgio Beltrame”, contou. O presidente paraguaio explicou que o país tem mais de 400 mil quilômetros quadrados. Mas, tem cerca de 100 mil quilômetros quadrados de terra titulada além da sua área real.
“É uma confusão brutal que o governo do presidente Lugo herdou. Com a valorização da terra surge à disputa em cima de títulos que na sua maioria não são legais. Se, no entanto, a Justiça paraguaia determina baseada nesses títulos uma reintegração de posse, nada pode o governo paraguaio fazer, estaria de mãos amarradas”, avaliou o senador
Para tentar resolver o problema, o presidente criou uma comissão formada pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e essa comissão tem evitado despejos de terras produtivas, tituladas independente da discussão imediata do título. “Há uma tentativa de exploração em torno disso de transformar uma guerra entre o Brasil e o Paraguai absolutamente desnecessária. Não é uma questão brasileira, é uma questão paraguaia que tem que ser resolvida dentro dos marcos da soberania do Paraguai”, finalizou.