O programa ‘Jogo do Poder’ deste domingo (22), veiculado pela CNT e ancorado pelo jornalista Luiz Carlos da Rocha, teve como convidado o senador Roberto Requião (PMDB/PR). Entre os temas tratados, as eleições para a prefeitura de Curitiba, o golpe no Paraguai, a entrada da Venezuela no Mercosul e a economia brasileira.
“O (Rafael) Greca é o próximo prefeito de Curitiba. As chances são muito grandes. Ele foi um bom prefeito, inteligente e criativo. E traz a carga social do PMDB”, avaliou Requião, citando a última pesquisa Datafolha, que mostra o candidato peemedebista com 10% das intenções de voto (na sondagem anterior Greca tinha 3% das intenções).
“A proposta do Greca para a educação é magnífica. É a proposta finlandesa. Ele vai dedicar 30% do orçamento do município para a educação, como eu fiz no Governo. Se você quer saber como foi meu Governo, pergunte a um professor. Isso é trabalhar com seriedade. E é o que o Greca vai fazer”, afirmou.
Questionado sobre os deputados estaduais do PMDB, que optaram por apoiar a candidatura de reeleição de Luciano Ducci (PSB), Requião declarou: “eles não fazem voto nem para se eleger vereador em Curitiba. São absolutamente inexpressivos em Curitiba. Juntos, não fazem um vereador”. Requião fez questão de elogiar a candidata a vice de Greca. “Marinalva (da Silva) é professora da PUC/PR, especialista em saúde pública e é uma peemedebista de verdade”.
Ainda mencionando a última pesquisa Datafolha, divulgada no último sábado (21), o senador creditou o declínio de Gustavo Fruet (PDT) à aliança com o PT. “O casamento do Gustavo Fruet com o PT fez ele cair nas pesquisas. O resultado está aí: 16 pontos a menos da noite para o dia. É o casamento com o Paulo Bernardo, que ele criticava tanto. É uma aliança trágica”, avaliou.
Paraná – Requião recebeu perguntas pelo Twitter a respeito da criação de novos partidos e das alianças que o PMDB fez em municípios do Paraná, em muitos casos com adversários históricos. “Todas as coligações do PMDB tinham que ser feitas em cima do nosso Governo”, defendeu, citando programas sociais implantados pelo PMDB, bem como a defesa das empresas públicas.
Segundo o senador, “os deputados estaduais do PMDB tinham que estar defendendo o Governo que nós fizemos. Falta formação política, visão estratégica. Estão perdendo a compostura”, criticou, citando a adesão da bancada ao governador Beto Richa (PSDB).
“Eu não vejo governo. Está tudo parado. Falta firmeza. Falta projeto. Nossa política social está sendo desmontada. Tudo isso com a complacência dos nossos deputados. Nós do PMDB temos visão ética, ideológica. Temos que insistir nisso”, ressaltou.
Sobre as eleições de 2014, Requião avisou: “não vamos sustentar playboys no governo, corridas de Ferrari e viagens para assistir corridas em Mônaco”.
Brasil – Na avaliação sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Requião afirmou que há qualidade e defeitos. Ele citou como ponto alto a manutenção dos programas sociais e como ponto crítico a desindustrialização que o Brasil passa. “Estamos vivendo de commodities. Isso não garante a soberania de um país. Não traz empregos. Não traz nada”, alertou.
Na opinião do senador, a presidente “caiu na mão dos liberais da economia e nós vamos passar dias duríssimos”. Ele deu como exemplo a oferta de R$ 20 bilhões em empréstimo para os Estados e lembrou que, por outro lado, a União segue cobrando dívidas antigas que Estados têm. “Além disso, falta investimento público e não há estímulo para investimentos do setor privado”, pontuou.
Na questão do Paraguai, Requião avaliou que a presidente “jogou muito bem”. Assim como ela, o senador defende o ingresso da Venezuela ao bloco do Mercosul. “Nós precisamos da Venezuela. Ela tem um PIB de US$ 300 bilhões e compra quase tudo. Com ela entrando no nosso mercado, temos condição de enfrentar com mais comodidade esta crise. Os países que quebraram na Europa e na América do Norte querem acordos bilaterais para salvar suas economias. E nós temos que nos defender”, explicou.
Putz, eu tenho mais chance de ser eleito prefeito que o Greca.