José Lazaro Jr.
Folha de Londrina
O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, deu uma entrevista polêmica à publicação da Associação dos Magistrados do Paraná, reproduzida ontem na internet pelo próprio TJ. Faltando menos de duas semanas para a posse, ele disse que o repasse do governo do Paraná para o tribunal, estimado em R$ 1,5 bilhão para 2013, não é baixo, ”mas é insuficiente”.
Camargo disse que agirá ”politicamente” para tratar da questão com o governador Beto Richa (PSDB), com quem tem ”um ótimo relacionamento”. ”Acredito que conseguiremos um aumento do repasse”, declarou o magistrado.
Filho de um ex-presidente do TJ e pai de um deputado estadual (Fábio Camargo, do PTB), Camargo defendeu a criação de mais cargos no tribunal e que avaliará demandas dos magistrados ”com carinho”.
Na eleição para a presidência, Camargo empatou em votos com o desembargador Guilherme Luiz Gomes, preferido de Kfouri para a sucessão, vencendo pelo critério da antiguidade. Ele também prometeu endurecer com a imprensa. ”Kfouri tem sido muito condescendente. Não admitirei que alguém venha no TJ e nos critique”, atacou o magistrado.
Kfouri teve que responder questionamentos da Ordem dos Advogados do Brasil na sua gestão, decorrentes de gastos considerados inapropriados pela entidade.
Diante de leis que exigem transparência completa dos órgãos públicos, até hoje o TJ reluta em publicar o contracheque dos magistrados na internet, como faz e determina o Conselho Nacional da Justiça (CNJ). ”Existem também presidentes de algumas entidades que gostam de holofote e apenas criticam”, acusa Camargo.
Indiferente a esses comentários, Kfouri viajará pelo Paraná nas próximas duas semanas, pois quer inaugurar quase a totalidade dos prédios que mandou construir antes de deixar a presidência.
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